O município de Engenheiro Beltrão está enfrentando um surto de chikungunya, doença transmitida pelo
Aedes aegypti, mosquito vetor também da dengue e zika vírus.
Segundo informações à Secretaria de Saúde da cidade, a administração municipal está editando um decreto de situação de emergência que deve ser publicado ainda esta semana em decorrência da gravidade do cenário.
De acordo com o último boletim informativo divulgado pela secretaria municipal de Saúde, são 277
notiícações e 82 casos já conírmados da doença. O município tem 12.431 habitantes, conforme estimativa
de 2024 do IBGE. A situação é alarmante e “muito preocupante”, conforme classiícou a secretária de Saúde da cidade, Ana Deyse de Araújo. Ela informou que, até o momento, todos os pacientes infectados estão bem, sem graves complicações pela doença.
A 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão está acompanhando a situação com orientações técnicas e envio de equipes especializadas da Vigilância Epidemiológica à cidade que acompanham o caso. Ana Deyse informou que o município está realizando diversas ações de combate ao Aedes aegypti. Ela disse que as ações já eram frequentes, mas que com o surgimento dos casos de chikungunya foram intensiícadas em todas as regiões da cidade, inclusive com a realização de bloqueios e uso de inseticida para eliminar o mosquito alado (inseto na fase adulta).
Apesar dos nossos esforços, percebemos que uma parte da população parece não se preocupar muito com a situação. Diariamente, ainda encontramos focos em algumas residências”, lamentou a secretária. Nestes casos, o morador é notiícado a eliminar e, no retorno dos agentes, se reincidir na irregularidade, é autuado.
“A população já sabe o que tem que ser feito, mas parece ainda não entender a gravidade que é a doença”, inconformou-se a secretária.
Ela informou que será encaminhado um ofício da situação à promotoria de justiça do município para que
possa atuar no sentido de responsabilizar criminalmente moradores que não cuidam de seus quintais e
também para o caso de ferros velhos e terrenos baldios, localidades onde são encontrados ainda um grande número de focos. “Estamos fazendo tudo o que podemos, inclusive seguindo orientações da Regional de Saúde”, ressaltou.

A secretária informou que, além do trabalho rotineiro de campo dos agentes de endemias, o município vem realizando bloqueios, remoção mecânica manual de focos e materiais que possam servir de criadouros do Aedes aegypti, utilização de inseticida de manhã e à noite para eliminação do mosquito, campanhas de conscientização e arrastões em locais considerados mais críticos.
“Os moradores precisam entender a gravidade da doença e quão delicado é o momento que estamos
enfrentando. Se alguns não tiverem ciência disso e continuarem com descaso, poderemos enfrentar
gravíssimas consequências”, preocupou-se Ana Deyse.
Ela comentou que as chuvas dos últimos dias e altas temperaturas também contribuíram para o atual
cenário. Outra diículdade, lamentou, é que algumas pessoas tentam impedir a atuação dos agentes de
endemias, não deixando os proíssionais adentrarem aos quintais. “O que é lamentável”, classiícou. Ela
comentou que este ano está sendo atípico no município devido ao grande número de conírmações de
chikungunya. “Se é a dengue, até já estamos acostumados. Mas chikungunya é a primeira vez”, enfatizou
tomas da doença
Os principais sintomas da doença são:
• Febre
• Dores intensas nas articulações
• Edema nas articulações (geralmente as mesmas afetadas pela dor intensa)
• Dor nas costas
• Dores musculares
• Manchas vermelhas pelo corpo
• Prurido (coceira) na pele, que pode ser generalizada, ou localizada apenas nas palmas das mãos e plantas
dos pés
• Dor de cabeça
• Dor atrás dos olhos
• Conjuntivite não-purulenta
• Náuseas e vômitos
• Dor de garganta
• Calafrios
• Diarreia e/ou dor abdominal (manifestações do trato gastrointestinal são mais presentes em crianças)
fonte: Tribuna Interior