A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira 3, a segunda fase de uma operação que apura suspeitas de fraude, superfaturamento e desvio de recursos federais na cidade de Patos, no sertão da Paraíba. O município é comandado pelo prefeito Nabor Wanderley (Republicanos), pai do deputado Hugo Motta (Republicanos), presidente da Câmara.
A dupla não é oficialmente alvo da atual fase da operação da PF. A principal suspeita, em um primeiro momento, recai sobre uma servidora da Prefeitura de Patos na Paraíba, que atuava como uma “ponte” entre os interesses de um empresário investigado por fraude em licitação e o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), atual presidente da Câmara, e o prefeito do município, Nabor Wanderley (Republicanos), pai do parlamentar.

As mensagens foram incluídas no pedido enviado pela PF à Justiça Federal para realizar cumprimentos de mandados de busca e apreensão na segunda fase da Operação Outside. Deflagrada nesta quinta-feira (3/4), a ação investiga indícios de fraude em licitação e desvio de recursos públicos federais repassados a Patos para realização de obra. Foram cumpridos quatro mandados, um deles realizado contra Eulanda Ferreira da Silva, a servidora de Patos que atuava como “ponte”, segundo a Polícia Federal.

A investigação mira um contrato executado pela atual gestão, mas firmado em 31 de dezembro de 2020, um dia antes do pai do deputado assumir o comando da cidade. O valor total da obra é de 6 milhões de reais e os recursos são do Ministério do Desenvolvimento Regional, comandado, na ocasião, pelo bolsonarista Rogério Marinho, hoje senador pelo PL.
A suspeita apontada pela PF é de que empresários e agentes públicos formaram um conluio para fraudar a licitação, direcionar o contrato por meio de cláusulas restritivas de concorrência e desviar recursos. A manobra causou favorecimento à empresa Engelplan, administrada
pelo empresário André Luiz de Souza Cesarino que, que segundo os investigadores, tem ligação com funcionários da prefeitura de Patos. Ele ainda não comentou a operação.
A suspeita é a de que a Engelplan tenha diminuído o preço de sua proposta para vencer licitação. Após a vitória na disputa pelo contrato, a empresa teria sido beneficiada com
aumento do valor através de aditivos.
Em apenas um desses incrementos, o superfaturamento é estimado em 269 mil reais.

Nesta fase da investigação, a PF cumpre quatro mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao empresário e à sua construtora.
Segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), que também participa da ação, foram encontrados indícios da participação de novos agentes públicos nas irregularidades. Estão
entre os investigados o secretário de Obras da prefeitura, José do Bonfim Junior, e a presidente da comissão de licitação da prefeitura, Mayra Fernandes.(com metropoles)
