O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) dá início ao Abril Vermelho com ações em todo o Brasil para pressionar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a tomar medidas mais efetivas em prol da reforma agrária.
Trata-se do Abril Vermelho, uma mobilização que ocorre após o relacionamento entre o governo e o MST ter se tornado mais tenso.
“Neste ano, compreendemos que é preciso colocar a reforma agrária no centro do debate na sociedade e cobrar que ela seja efetivada no governo Lula. Queremos garantir conquistas do governo federal para as famílias assentadas e acampadas da reforma agrária do MST em todo o Brasil”, afirmou Margarida Silva, da direção nacional do movimento. O MST está insatisfeito com o andamento da reforma agrária no país e alega que, em dois anos, o governo assentou apenas 3,5 mil famílias, enquanto a demanda por terras chega a 65 mil.
Em janeiro, Lula recebeu lideranças do MST em seu gabinete para ouvir suas demandas. Também houve um encontro entre representantes do movimento e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
O MST já fez críticas públicas ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, apontando, entre outras questões, a disputa por recursos no orçamento, uma cobrança fundamental para o avanço da reforma agrária no Brasil. O objetivo do movimento é recompor os orçamentos de 2025 e 2026 para atender às necessidades dos assentamentos e acampamentos.
“Sobre o ministro Paulo Teixeira, não há grandes problemas na relação com ele. Temos um diálogo tranquilo, embora façamos críticas, pois a reforma agrária avança a passos lentos. Nossas críticas são construtivas, mas entendemos que a reforma agrária ainda está muito distante do que queremos”, destaca Margarida, que enfatiza que o orçamento deveria ser de, no mínimo, R$ 1 bilhão por ano.
Segundo ela, a política de reforma agrária adotada pelo governo Lula está abaixo das expectativas e exige um maior comprometimento do Executivo Nacional.(com metropole
