O ex-senador e ex-governador do Paraná Roberto Requião pediu desfiliação do Partido dos Trabalhadores nesta quarta-feira 27, após cerca de dois anos.
Em nota assinada pelo presidente do diretório municipal de Curitiba do PT, Ângelo Vanhoni, anunciou a desfiliação do ex-governador, e ex-senador à agremiação. Requião publicamente vinha criticando desde o final das eleições de 2022, posicionamentos da direção marjoritária do partido e algumas políticas econômicas aplicadas pelo governo Lula.
“O que eu vejo é que o PT perde a sua função transformadora no Brasil. Ele aderiu à direita. A tal ‘aliança da esperança’ se transformou numa política claramente de centro-direita”, afirmou, em entrevista ao jornalista Esmael MoraisO partido está atrelado a esse jogo da extrema direita, da centro-direita no momento, que prejudica o Brasil numa forma dura.
Como exemplo, ele citou o possível apoio do PT a Luciano Ducci (PSB) na disputa pela prefeitura de Curitiba. “Resolveram fazer uma aliança para a prefeitura com um sujeito que já foi prefeito por dois anos e era vice do Beto Richa”, declarou.
Na nota petista, Vanhoni lamentou a saída do ex-governador ”respeitamos a sua decisão, entendemos sua postura e posicionamentos críticos, cientes de que ainda somos e seremos companheiros em muitas lutas”, afirmou. Em uma live publicada ontem em suas redes sociais, Requião entre outras questões, criticou a aplicação do novo acordo do pedágio no Paraná e relembrou a promessa do então candidato Lula ”de que caso fosse eleito, o pedágio seria de cinco reais”. Além das críticas as políticas econômicas, Requião citou a falta de debate interno dentro do partido sobre as táticas eleitorais para as eleições municipais em Curitiba. ”Querem lançar um cabra de direita e tiraram a possibilidade do partido decidir de maneira direta sobre seus rumos”. A direção estadual do PT vem negociando a meses a possibilidade de apoio ao deputado federal, e ex-prefeito Luciano Ducci (PSB-PR) a prefeitura de Curitiba, em uma frente ampla com apoio do Palácio do Planalto. As negociações vêm desagradando setores e correntes do partido por conta do histórico de Luciano mais ligado a centro-direita.
O PT foi o segundo partido na vida pública de Requião que agora deve buscar outra legenda e definir seus passos na militância política. Seu filho, o deputado estadual Requião Filho ainda não se pronunciou ser irá seguir os passos do pai e também pedir desfiliação.
Com informações:cartacapital/brasildefato