Um cemitério da área rural de Ponta Grossa está alagado há uma semana. Necrochorume com vírus, bactérias e fungos, e metais pesados provenientes de caixões podem se espalhar no solo, lençóis freáticos, rios e poços artesianos, alerta químico.
O local foi atingido pela cheia do Rio Tibagi e começou a ficar submerso no dia 1º de novembro. Segundo a prefeitura, há pelo menos 324 túmulos no espaço.

De acordo com Sandro Xavier de Campos é químico e possui doutorado na área de saneamento , os perigos são relacionados aos materiais utilizados na estrutura dos caixões, que incluem metais pesados, e à decomposição dos cadáveres.
Neste processo, é produzido um líquido chamado de necrochorume, que possui bactérias, vírus e fungos diversos.
Com o alagamento, todos esses resíduos podem estar se espalhando na água da inundação, que atinge casas, poços e o próprio rio, e também pelo solo, que por estar molhado perde a capacidade de fazer o processo natural de descontaminação e absorção.

Por isso, Campos destaca a importância de moradores não ingerirem água de poços artesianos da região sem uma análise técnica prévia.
Outra recomendação é que, após o fim da enchente, sejam feitas pesquisas e estudos sobre a qualidade e possível contaminação da água do rio e dos solos da região.
O IAT disse que está fazendo o monitoramento do local, “um espaço de responsabilidade da prefeitura do município”. “Inclusive, uma equipe de fiscalização será designada para voltar ao distrito para reavaliar a situação. Em caso de não conformidade com a legislação ambiental, serão tomadas as medidas administrativas cabíveis”, garante.(com g1/ imagem g1)