Os policiais militares envolvidos numa agressão a um homem em situação de rua em Pitanga, na região central do Paraná, foram afastados dos serviços operacionais. O caso aconteceu na sexta-feira (18), no estacionamento de um supermercado da cidade.
O homem, identificado como Derinaldo Carraro dos Santos, 37 anos, caiu ao ser agredido, com um tapa na cara, por um PM. Junto com outro policial, ele arrasta a vítima para fora e acessa a rua do estabelecimento.
Na cena, também havia uma terceira policial, que não interviu na situação.
Em nota divulgada nesta terça-feira (22), a Polícia Militar (PM) afirmou que instaurou “procedimento legal e disciplinar a fim de apurar todas as circunstâncias que envolvem a ocorrência”.
Os militares ficarão afastados enquanto respondem aos processos instaurados internamente, diz a PM.
Segundo o comandante do 16º Batalhão da PM, tenente-coronel Flávio Vicente Ferraz, eles ficarão fazendo serviços administrativos junto ao setor que faz o despacho de viaturas.
“Nós devemos seguir alguns protocolos, e não foram seguidos alguns protocolos. Nós temos que respeitar a dignidade da pessoa humana. […] Devem ser respeitados todos os direitos do cidadão, independentemente da condição em que ele esteja e o que ele esteja fazendo. Se deve tratar o cidadão bem”, afirmou o comandante.
Dos três, dois são alunos e ainda não se formaram.
No Boletim de Ocorrência (B.O), a Polícia Militar disse ter sido acionada pelo fiscal de segurança do supermercado, que denunciou a presença de dois homens “ingerindo bebida alcoólica, perturbando o trabalho e pedindo dinheiro para clientes”.
De acordo com a denúncia, os homens intimidam os clientes do local com uma faca para “doarem dinheiro”.
No momento em que foi abordado, o homem em situação de rua teria xingado uma policial que atendia a ocorrência.
Conforme o B.O., ele teria feito “menção de retirar algum objeto da parte direita da cintura, sendo necessário uso de técnica defensiva”.
A PM descreve no boletim que “foi necessário uso de força moderada para retirar o abordado do local pela sua recusa”.
Quem é o homem agredido
Segundo o advogado de defesa Jackson Willam Bahls Rodrigues, Derinaldo entrou em depressão e na dependência alcoólica, o que levou ele a viver em situação de rua.
Conforme o advogado, Derinaldo negou que pedisse esmola, mas sim o amigo que estava com ele no estacionamento.
Como o colega estava “bastante alcoolizado” e não conseguia se levantar, ele ofereceu ajuda pouco antes dos policiais chegarem.
De acordo com o advogado, Derinaldo teria ficado uma hora e meia desacordado por causa das agressões, e foi levado ao hospital pelo irmão.(com g1)