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Padre Airton da fundação Terra  é denunciado por estupro

O Padre Airton Freire de Lima, criador da Fundação Terra, foi acusado de ter participado de um estupro praticado plo motorista dele Jailson Leonardo da Silva, durante um retiro espiritual. A personal stylist Sílvia Tavares de Souza disse que o abuso foi praticado a mando do religioso, que se masturbou vendo a cena.Na terça-feira (30), o padre, de 66 anos, foi  suspenso pela Diocese de Pesqueira, no Agreste, por causa das acusações. O caso é investigado em segredo de Justiça pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

O que dizem os acusados?

O padre Airton disse quese sentiu injustiçado ela acusação de participação no estupro feita pela personal stylist Silvia Tavares de Souza, que disse ter sido abusada pelo motorista do religioso, Jailson Leonardo da Silva, a mando do religioso.

Em comunicado aos fiéis, a Fundação Terra disse que padre Airton se sentiu “injustiçado” pela acusação de estupro e que ele “jamais cometeu” os “atos ilícitos” pelos quais foi denunciado. A fundação afirma que as denúncias foram movidas “por interesses que ainda não estão claros”, e diz que as obras sociais da ONG serão mantidas.

A defesa do padre Airton Freire enviou uma nota , na qual o sacerdote “nega a prática de qualquer ato ilícito e reafirma inocência”.

O padre diz que não são verdadeiras as alegações dirigidas a ele e lamenta “ter sido alvo de acusações infundadas e injustas e já constituiu advogados para exercer sua defesa”.

Na nota, o padre Airton diz também que considera “que o afastamento determinado pela Diocese de Pesqueira permitirá que as apurações transcorram com toda a tranquilidade necessária para que se apure a verdade sobre os fatos”.

Quando e onde o estupro aconteceu?

Segundo Sílvia Tavares, o crime aconteceu no dia 18 de agosto de 2022, numa propriedade da Fundação Terra, na Fazenda Malhada, em Arcoverde, no Sertão do estado.

O local, que é mais afastado, isolado das outras dependências da fundação, é chamado de a “casinha”, por ser uma casa simples, sem reboco interno, onde padre Airton costuma dormir. É preciso ir de carro à “casinha”, por ser distante de onde o retiro geralmente acontece.

personal stylist contou que o estupro aconteceu num fim de semana de retiro retiro espiritual comum aos que são realizados na Fazenda Malhada. Ela disse que participou de ao menos 25 desses eventos desde que conheceu o padre, em 2019.

O que aconteceu depois do crime?

A mulher contou que, logo depois de ter sido estuprada, tomou banho ordenada pelo padre e foi levada para o refeitório da Fundação Terra. Lá, encontrou o marido, mas ficou calada com medo que ele, com raiva, tentasse matar o padre e fosse morto se tivesse alguma reação contra Airton.

Sílvia iria embora do retiro nesse dia, mas decidu ficar mais , mesmo em choque para conseguir provas. Ela afirmou que não acreditava no que tinha acontecido, e que foi ameaçada pelo padre. “Ele disse ‘se você falar, vai ser pior para você’. Mas o pior para mim seria a morte”.

Do refeitório, Sílvia afirma que foi levada para um lugar onde ficavam as “pessoas importantes”, como os bispos. No local, ela disse que perdeu o controle e quebrou objetos.

“Quebrei guarda-roupa, joguei cama no chão, queria quebrar o vidro do banheiro, mas fiquei com medo de me cortar. E comecei a me morder, porque eu não acreditava no que estava acontecendo comigo. E comecei a tomar banho, me esfregar, me esfregar, dizendo que Deus não existia, fiquei desesperada”.

Sílvia deixou a fazenda apenas no domingo, três dias depois do suposto estupro. “Eu fiquei ali porque queria provas, porque aquilo, para mim, era surreal. Eu não acreditava no que estava acontecendo”, declarou.

Qual a relação da mulher e do padre?

Sílvia Tavares disse que tinha uma verdadeira devoção por padre Airton, e diz que era “cega” por ele. “Para mim, ele era um santo”, diz. Isso fez com que ela tatuasse uma homenagem ao religioso. No antebraço esquerdo, ela tem a cruz símbolo da fundação e a frase “Padre Airton. Creio em Deus pai”.

Eles se conheceram em 2019, quando ela procurou ajuda espiritual para tratar de uma depressão. Por causa da fama do padre, que, segundo ela, “tinha dons do espírito santo”, ela procurou a Fundação Terra.

Somente depois de um ano frequentando os retiros ela conseguiu ter acesso ao religioso. “A primeira vez que fui encostar nele, a seminarista disse: ‘não pode tocar, num santo não se toca’ […] Aí foi quando ele abriu a boca e disse: ‘deixe a minha princesa. Aqui ela pode fazer tudo'”, lembrou.

Ela conta que o padre mostrava bastante afinidade, de forma diferente do que fazia com outros fiéis, com beijos e abraços frequentes. Com o tempo, a proximidade entre ela e o religioso foi aumentando, e Airton demonstrava mais carinho por ela, a chamando de “minha princesa”.

A relação entre os dois se intensificou após o que ela havia definido como um “milagre”. Há cerca de dois anos, Silvia teve uma isquemia cerebral e ficou com os movimentos da face comprometidos. Foi então que ela procurou a ajuda do padre. Sob a intercessão dele, ela diz que foi curada das sequelas da isquemia.

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