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Estudante com câncer ósseo consegue decisão judicial para operar metástase, mas plano questiona valor cobrado por médico

O estudante de medicina Mateus Botogoske, de 24 anos, aguarda há um mês o plano de saúde cumprir uma decisão judicial determinando a realização de uma cirurgia para o tratamento de um câncer ósseo na bacia. O procedimento foi indicado pelo médico especialista que atende o jovem.

Pela decisão, assinada pela juíza Rafaela Zarpelon em 28 de abril deste ano, Botogoske deveria ter sido operado em 5 de maio no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, com todo o suporte do plano Clinipam, do Grupo NotreDame Intermédica (GNDI Sul). A multa em caso de descumprimento foi estipulada, inicialmente, em R$ 1 mil por dia.

O jovem, diagnosticado com câncer ósseo em novembro de 2019, retirou um tumor do braço esquerdo por meio do mesmo plano de saúde. Há seis meses, foi diagnosticado com metástase – ou seja, a doença surgiu em outra parte do corpo.

O paciente lembra que antes de acionar o plano juridicamente, tentou a liberação para a cirurgia pelos canais oficiais da empresa.

Em 27 de março, ele relembra, o plano chegou a autorizar o procedimento. Porém, depois disso, passou a não dar retorno efetivo para o encaminhamento da cirurgia, segundo o paciente, contestando a indicação do médico que o atende.

A operação indicada para Botogoske, considerada complexa, é para uma metástase que ele descobriu em dezembro de 2022.

Segundo o estudante, o pedido para a cirurgia, que virou briga judicial, começou após o quadro clínico dele chegar, por meio das redes sociais, a membros da ortopedia oncológica da Universidade de São Paulo (USP).

Botogoske conta que médicos de lá, após analisarem o quadro clínico dele, contataram um especialista de Curitiba para cuidar do caso do estudante, indicando uma cirurgia chamada hemipelvectomia, que removeria o tumor por completo.

De acordo com o estudante, caso ele não realize a cirurgia, não tem chance de sobrevida. Nos retornos do plano, médicos indicaram radiocirurgia, o que, segundo ele, foge da conduta mais indicada para a metástase que enfrenta.

“A cirurgia é enorme e dura no mínimo 20 horas. Deveria ser minha preocupação nesse momento difícil. Eu realizei três ciclos difíceis e sofridos de quimioterapia para ter resposta no tumor e poder realizar a cirurgia, porém mesmo tendo encaminhado os pedidos, minha cirurgia está sendo atrasada.”

O que diz a Abramge

Em nota, a Abramge disse que a solicitação de honorários para a cirurgia é de R$ 636,8 mil. Afirmou, também, que “há clara pretensão de direcionamento do fornecedor dos materiais a serem utilizados na cirurgia”.

A Abramge também disse que o paciente possui consulta agendada para terça-feira (30), com o chefe de oncologia ortopédica do Hospital Erasto Gaertner, para deliberação sobre o caso.

A entidade afirmou que a Clinipam não se recusa a fazer a cirurgia.

Disse, também, que a empresa liberou materiais para o procedimento em outro hospital, porém, “estranha a insistência do profissional de saúde com solicitação espantosa de honorários”, com valores que superam R$ 636 mil. (com g1)

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