Três policiais civis mortos em uma chacina no Ceará neste domingo foram atingidos enquanto estavam dormindo. A quarta vítima estava de plantão, enquanto os colegas descansavam. O crime ocorreu na madrugada de hoje na delegacia de Camocim, a 353 km da capital Fortaleza. O inspetor de polícia Antônio Alves Dourado, suspeito de ser o autor da chacina, foi preso.
O que aconteceu?
Dourado, que foi preso após o crime, é suspeito de ter atirado e matado três escrivães e um inspetor: Antônio Cláudio dos Santos, Antônio José Rodrigues Miranda, Francisco dos Santos Pereira e Gabriel de Souza Ferreira.
Segundo a guarnição da PM (Polícia Militar) que atendeu a ocorrência, o suspeito chegou em uma moto ao local do crime por volta das 4h40. Em seguida, teria entrado escondido pelos fundos e subido para o primeiro andar.
Lá, o suspeito teria encontrado um plantonista, o escrivão Antônio Cláudio, que fazia a segurança do restante da equipe, que estava dormindo. Cláudio pulou do primeiro andar para o térreo para tentar fugir, mas foi atingido pelas costas. Ele não sobreviveu.
Em seguida, o suspeito teria seguido para os dormitórios, no térreo da delegacia, onde teria atirado contra os três que dormiam em redes.
O Policial teria planejado chacina por asfixia e queria fazer mais vítimas Após o crime, a PM encontrou na delegacia um gás de cozinha que teria sido alterado para incluir conexões. A polícia acredita que a intenção do suspeito era matar as vítimas por asfixia. O suspeito também tinha uma máscara de proteção de gás, segundo a polícia. De acordo com o delegado, o plano do suspeito teria duas fases: matar policiais por asfixia durante a madrugada e ficar de tocaia na delegacia até a troca de plantão, para matar outros colegas, incluindo o próprio delegado. Ele premeditou o crime, e pretendia matar os outros policiais que renderiam o plantão”
Após os disparos contra os colegas, o suspeito teria fugido em uma viatura da delegacia. A arma usada no crime foi uma pistola calibre 40.
Suspeito reclamou de escalas de trabalho antes do crime
Dourado estaria insatisfeito com a escala de serviço. Ele teria pedido para “não ser mais escalado para serviço extra, depois quis voltar atrás, mas foi informado de que não tinha como, já que a escala estava feita”, informou um policial militar. “Ele sempre reclamava de algo, não aceitava bem as determinações. Sempre achava que estava sendo preterido. Jamais esperávamos isso. Ele era complicado de se trabalhar, mas não discutia com ninguém. Era muito calado.
Luto oficial
A prefeitura de Camocim decretou luto oficial de três dias, após a morte dos 4 policiais na cidade, na madrugada deste domingo (14). Na nota oficial, a gestão “lamenta profundamente o trágico falecimento” dos agentes e externa o respeito pelas forças de segurança.